quarta-feira, 22 de maio de 2013

Mudanças pedem Comunicação

O desafio da Comunicação Interna em processo de Fusão é diagnosticar em profundidade o público interno, e a partir de duas culturas distintas, criar uma terceira, nova, integrada, dinâmica e capaz de superar boatos, fofocas e pessimistas de plantão.

A experiência da coordenadora de comunicação interna da BRF, Raquel Tengan, será mostrada no 17o. Congresso Anual de Comunicação Interna. Raquel participou da fusão da Sadia e da Perdigão em 2011, resultando em uma organização com mais de 120 mil funcionários distribuídos por várias unidades no Brasil e no exterior. Veja os detalhes da palestra aqui e garanta já a sua inscrição!

Aproveito o gancho para reproduzir o artigo escrito pelo professor Carlos Parente para a revista Negócios da Comunicação.

Nos processos de fusão e aquisição, trabalhar além do briefing é um importante diferencial para as empresas
O foco de estar na difusão de informações úteis para todos de forma transparente e objetiva. Isso garante o sucesso do entendimento da nova estratégia de negócio


Um dos grandes desafios da comunicação no universo corporativo é a fusão ou incorporação de empresas, que traz “no bojo” a integração de culturas.

Integração de culturas é o jeito bonito de se dizer que “1 + 1 = ?”. Por mais planejamento, provisões e outros instrumentos preditivos que existam, quando a coisa começa a acontecer na realidade, as variáveis muitas vezes mudam incontrolavelmente, e o processo que parecia estável fica imprevisível.

Aí que entra a comunicação que não resolve tudo sozinha, mas dá um belíssimo impulso para a disseminação de uma nova cultura, a divulgação de novas diretrizes e, principalmente, a mobilização e o engajamento de todos os envolvidos. Os processos de fusão e aquisição, por sua bagagem política e afeita naturalmente a fofocas, previsões, avaliações e outros, são períodos bem turbulentos, em que está sendo construída uma nova plataforma, um novo jeito de trabalhar e de se posicionar. Isso amplifica angústias, medos, entendimentos distorcidos e comportamentos imprevistos.

No mundo empresarial, o papel das lideranças, nesse contexto, é mais que vital, é para garantir a sobrevivência. Deles, da equipe e, por consequência, de uma cultura corporativa. Os gestores têm que transmitir as informações necessárias para que todos compreendam que as coisas estão mudando. E que a mudança é inevitável e é preciso trilhar um novo caminho, além do horizonte.

Na integração de duas culturas existentes, nasce uma nova cultura, que será sedimentada a partir da construção de consensos, valores e práticas. Porém, isso não se ergue da noite para o dia.

Vencer a resistência das pessoas é um desafio enorme para qualquer processo de integração, e aí, mais uma vez, a comunicação é primordial para ajudar a criar um ambiente favorável, estabelecer portos seguros, fincar novos paradigmas. É um processo gradual, que exige muita paciência e perseverança.

Os profissionais de comunicação têm de estar atentos a todas as necessidades de comunicação do processo de mudança e de integração, deixando claro o papel de cada veículo a ser usado e a sua forma de funcionamento e divulgação. É um momento em que o foco tem que estar na difusão de informações relevantes e úteis para todos, de forma transparente e objetiva. É o que garante o sucesso do entendimento da nova estratégia.

Nessa fase, é crucial que o comunicador tenha a sensibilidade para encontrar a dose certa na emissão das mensagens. Nenhum processo de integração se sustenta sem a participação efetiva das pessoas. Por isso, as estratégias de comunicação têm de ser certeiras.

Com isso, qualquer briefing de comunicação tem que ser pensado “muito além do briefing”. Muitas coisas importantes no processo de comunicação não são ensinadas na escola ou nos livros. O feeling e o bom senso contam muito. Descobrir o que está além do briefing é um exercício contínuo e desafiador. Todos os significados – aparentes, ocultos, subliminares – contidos nas mensagens que nos são passadas para a construção de um processo de comunicação têm de ser levados em conta para se perceber a verdade verdadeira da essência que precisa ser comunicada.

Assim é possível contribuir de forma mais efetiva para a construção de uma nova cultura organizacional, que será elemento primordial na formação da identidade da nova organização. Trabalhar muito além do briefing é um diferencial estratégico.

*Carlos Parente é professor de Comunicação e Responsabilidade Corporativa e de Marketing no MB A de Marketing da FGV e nos cursos de pósgraduação da ESPM

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Aproveite e conheça a programação completa do 17o. Congresso Anual de Comunicação Interna no site www.informagroup.com.br/ci