segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mensagens do Congresso de Comunicação Interna

Ao final de três dias de intenso debate e troca de experiências, algumas mensagens ficaram bastante marcadas para os participantes do 17. Congresso Anual de Comunicação Interna:

1) Planejamento - ação fundamental para garantir o sucesso da Comunicação Interna;

2) Público interno em primeiro lugar;

3) Patrocínio da Alta Liderança - sem o apoio e o relacionamento constante e próximo com a alta liderança das organizações, a Comunicação Interna não pode desempenhar as funções estratégicas que lhe poderiam ser destacadas.

4) Transparência, Coerência e Consistência - o público interno hoje é constantemente atingido por mensagens de fora da organização. Portanto, o discurso para ele deve ser alinhado com o discurso para clientes, comunidade e sociedade. Da mesma forma, não basta falar: é preciso que as ações e decisões da organização estejam alinhadas com tal discurso. E, finalmente, uma única campanha não vai surtir efeito. A sustentabilidade do negócio depende de ações regulares e constantes ao longo do tempo.

5) Criatividade, Inovação e tudo o que você quiser, desde que tenha bom-senso. Os profissionais de Comunicação Interna dispõem de inúmeras ferramentas, tecnológicas ou não, para atingir o público interno e levar as mensagens que a organização deseja. Mas tudo deve levar em conta o perfil do público interno, suas características e até mesmo a diversidade delas, para dar resultado.

6) Alinhamento - toda e qualquer ação de comunicação deve estar alinhada com o planejamento estratégico da organização. Seja para engajar, motivar ou inspirar um comportamento, a Comunicação Interna deve ser usada para atingir resultados que influenciem positivamente nas metas e propostas do plano macro da companhia.

7) Gestor - cada vez mais, um elo essencial para o sucesso da comunicação. Ações bem estruturadas definem a comunicação para o público interno e oferecem ferramentas para que o gestor desempenhe o papel de multiplicador e disseminador da mensagem.

Outras mais poderiam ser citadas, mas isso eu deixo para os participantes. Se você esteve no Congresso, deixe seu comentário.



Comunicação Interna no Setor Público

As apresentações da Embrapa e do Senado Federal deram a tônica de como anda a Comunicação Interna no Setor Público, e despertaram o interesse de uma boa parcela da audiência.

EMBRAPA
Diversidade talvez seja a principal característica do público interno da Embrapa, e também da estrutura da instituição. Diante desta realidade, a elaboração de uma Política de Comunicação e de um Plano Integrado de Comunicação foram fatores basilares para o trabalho desenvolvido pela equipe de Gilceana Galerani.

Outras ferramentas consideradas estratégicas e que auxiliam o trabalho de comunicação interna na instituição fundada em 1973 são o Código de Ética e Conduta, o Documento Orientador da Embrapa nas mídias sociais, o Manual de Conduta em Mídias Sociais e o Manual de Redação de Textos Jornalísticos.

De 1995 para cá a Embrapa passou por mudanças administrativas internas e pressões externas que resultaram em uma visão mais estratégica da comunicação, amplamente apoiada por pesquisas - seguindo, aliás, o perfil científico da própria entidade.



Após mostrar as ações em curso e programadas para os 40 anos da Embrapa, Gilceana encerrou sua apresentação elecando os desafios da CI da instituição - e que não diferem muito de tantas outras organizações privadas:

>> Integrar na diversidade geográfica, cultural, estrutural;
>> Fortalecer a parceria com os gestores;
>> Lidar bem com a “Cultura de cientista” (cuja tendência natural é de não compartilhar informações, desconfiar, questionar, não participar);
>> Tratar de temas sensíveis (transgênicos, uso da terra, etc.);
>> Aprimorar as relações sindicais;
>> Comunicar a atuação internacional da Embrapa e integrar;
>> Dar continuidade a ações de integração entre gerações: novos empregados (renovação do quadro funcional);
>> Implementar nova estrutura da Secretaria de Comunicação.

SENADO FEDERAL
Uma das instituições que mais aparece na mídia, o Senado passava por mais uma crise com seu público interno em decorrência do descrédito junto à sociedade em 2011. Os servidores recebiam as notícias sobre a organização pela imprensa. A realidade daquela época era de presença maciça do rádio corredor, insegurança entre os servidores em função da crise de imagem e do anúncio de ajustes por parte da administração, comunicação interna praticamente inexistente e falta de comunicação entre as áreas, muitas delas ilhas de excelência no Serviço Público.


Ainda que pesquisas internacionais mostrem que o Poder Legislativo enfrenta crises de credibilidade em todo o mundo, por aqui alguns servidores tinham vergonha de admitir publicamente que trabalhavam na casa, explica Paulo Ricardo Meira, coordenador de criação e marketing da SECS.

A partir de 2011, um momento de mudança na gestão propiciou uma alteração na Comunicação Interna do Senado, que se inspirou no modelo da Embrapa de "guardiões da marca" e que realizou benchmarking com mais de 30 manuais de identidade visual de instituições públicas do Brasil e do Exterior para criar seu próprio manual. Até então, 43 marcas distintas identificavam setores, programas e departamentos do Senado.



Esta padronização, entre outras ações, buscou revitalizar a imagem da Casa, e restituir aos seus servidores o orgulho e o sentimento de pertença. Também foram reformuladas a Intranet, as peças impressas, a política de treinamentos e eventos. Como foco, valorizar a instituição, o servidor e seu ambiente de trabalho, e a comunidade.

Comunicação com orçamento limitado

Outro tema bastante comentado durante o 17. Congresso Anual de Comunicação Interna foi o desenvolvimento de campanhas de comunicação interna com orçamento reduzido.

Para falar sobre este tema, a IBC convidou Carlos Henrique Matos Ramos, da CPFL, e Angela Faria, da Ericsson. São duas abordagens distintas, mas com resultados práticos semelhantes.

Enquanto a estratégia adotada pela equipe de Carlos Henrique foi a de trazer para dentro de casa a produção das peças, a da equipe comandada por Angela Faria foi aproveitar as parcerias internacionais para usar material que já estava pronto, com as devidas adaptações ao público brasileiro.

Carlos Henrique citou, como exemplos, o treinamento de pessoas da equipe e a compra de equipamento profissional de fotografia para reduzir em 90% o custo com fotos usadas no material de comunicação interna. Para viabilizar a TV CPFL, a equipe firmou parceria com um Canal Universitário. Quando o polo de produção da Universidade foi extinto, o estudante que já fazia o trabalho foi contratado e, novamente, com a compra de equipamento profissional, o custo foi reduzido pela produção em casa.



Neste aspecto, Carlos Henrique fez questão de ressaltar que a produção interna tem uma desvantagem. "É preciso fechar os olhos para a qualidade final, que não se compara àquela de uma produtora especializada".

Angela Faria, da Ericsson, também abordou esta questão do custo de fotografias para a comunicação interna, lançando um ponto para reflexão dos participantes: "O mundo tira fotos do celular e compartilha. Porque a Comunicação Interna precisa ser tão oficial e se esmerar em produzir fotos profissionais?"

Um fator que facilita a abordagem adotada pela Ericsson é que todos os seus colaboradores estão conectados, e que é costume na empresa que a Comunicação Interna seja feita em inglês. Assim, para a América Latina pode-se aproveitar o material preparado por agências localizadas na Argentina e Colômbia.



Este foi apenas um exemplo, dos inúmeros que ouvimos ao longo dos três dias do evento, sobre as oportunidades para fazer uma comunicação interna eficiente e com baixo orçamento.

Comunicação Interna nas Quentinhas

No que diz respeito à comunicação com os desconectados, além das ações que são reconhecidamente eficientes, como a organização de encontros entre líderes e suas equipes, e a produção de jornais, murais, revistas, monitores de TV e programas de rádio, um dos destaques do encontro de Comunicação Interna foi a solução apresentada pela Duratex.

Durante sua palestra, Anderson Passos, da Duratex, mencionou uma ação de comunicação interna com os funcionários “desconectados” que impressionou a plateia por sua simplicidade e criatividade. O comunicado na quentinha.

A Duratex mantém 50 unidades florestais onde são distribuídas, diariamente, cerca de 1200 marmitas, as “quentinhas”. Pontualmente, são acrescentadas mensagens na tampa das marmitas. Apesar da logística complexa, o resultado tem sido positivo, segundo Passos.



Outras ações desenvolvidas pela Duratex para se comunicar com o público que fica fora dos escritórios são a rádio Voz da Floresta (CD gravado com 40 minutos de música e informações intercaladas), transmitida pelos alto-falantes dos ônibus que transportam os trabalhadores até os canteiros, cartazes e murais também fixados nestes veículos.

O mix de canais desenvolvido pela Duratex contempla ainda a comunicação online, com portais, intranet, blog da liderança e totem, comunicação direta, com encontros entre os líderes e as equipes, e a comunicação offline, com revista, banners, panfletos, jornal, etc.

Full frontal e Demanding Brand

Estas duas expressões foram citadas pelo diretor da P3K, Elizeo Karkoski, durante sua apresentação no 17. Congresso Anual de Comunicação Interna como tendências de consumo que atingirão também o público interno, alterando seu comportamento com relação ao que eles pensam das empresas em que trabalham.

Retiradas do relatório 10 Tendências para 2013 do Trend Watching, em resumo elas significam que:

a) As organizações precisam ser transparentes com o cliente e também com o colaborador. Adotar discursos diferentes pode comprometer seriamente o futuro do negócio e da marca. Um exemplo citado é o menu com as informações calóricas do McDonald´s.



b) As marcas que já embarcaram na busca por um futuro mais sustentável e socialmente responsável vão exigir que seus consumidores também contribuam. Mas as exigências devem ser fundamentadas e frequentes. Como exemplo, Elizeo mostrou a campanha do Vitória, time de futebol baiano que fechou parceria com o Hemocentro de Salvador para garantir o aumento dos estoques de sangue.



Se quiser ver todas as 10 tendências do Trend Watching, clique aqui.

Intranet e Redes Sociais Corporativas

Com o novo perfil do público interno, muito conectado e intensamente bombardeado pelas informações disponíveis na net, a Intranet passou a ter um desafio a mais: responder com a “versão oficial” na mesma velocidade às informações que aparecem sobre a organização nas redes sociais e nos demais ambientes em que seus colaboradores interagem.



Por conta disso, cresce a importância das redes sociais corporativas, tema que no 17. Congresso Anual de Comunicação Interna teve destaque. Algumas conclusões compartilhadas durante o evento:

1) As empresas já sabem como interagir com seus clientes pelas redes sociais públicas. Falta aprender a interagir com o seu público interno usando as redes sociais corporativas;
2) Se a sua empresa ainda não tem uma rede social corporativa, em um prazo máximo de dois anos ela terá que se mobilizar neste sentido, por demanda dos colaboradores;
3) A facilidade de implantação é um dos seus trunfos, já que todos conhecem a dinâmica de uso;
4) A construção é colaborativa. Da intranet para as redes corporativas muda a dinâmica de geração de conteúdo, pois a CI é descentralizada e as outras áreas ganham autonomia. Portanto, o potencial de gerar mais conteúdo é maior;
5) A rede social corporativa deve estar alinhada com os objetivos da companhia, garantindo produtividade e segurança da informação. Como todos são identificados, não há o risco de um executivo ser exposto a uma abordagem inadequada;
6) O uso das redes sociais corporativas tem ajudado as organizações a reduzir o uso do email e a melhorar o uso do tempo dos colaboradores;
7) O acesso por login pessoal dos colaboradores (portanto, ambiente controlado e monitorado) derruba o mito de que a rede social corporativa reduz a produtividade.

Pesquisa com os participantes

Durante o 17. Congresso Anual de Comunicação Interna realizamos uma pesquisa com os participantes, abordando algumas das questões que foram discutidas nas apresentações. Registro aqui um agradecimento especial a Cristina Panella, que nos ajudou com a formulação das questões. Eis o resultado:

Na sua empresa, os resultados das atividades de Comunicação Interna são medidas:
A) por pesquisas “caseiras” realizadas pela equipe de CI. . . . . 54%
B) por meio de pesquisas regulares de satisfação
(semestrais ou anuais). . . . . 18%
C) por meio de pesquisas regulares de percepção e imagem
(semestrais ou anuais). . . . . 2%
D) por um conjunto de resultados como tiragem das publicações ou comparecimento a eventos. . . . . 5%
E) não são medidas. . . . . 21%

Na sua empresa, as atividades de Comunicação Interna são desempenhadas por uma área:
A) própria. . . . . 24%
B) ligada à Comunicação Corporativa. . . . . 36%
C) ligada ao RH. . . . . 36%
D) ligada ao Marketing. . . . . 1%
E) nenhuma das anteriores. . . . . 3%

Na sua empresa, o planejamento de comunicação interna:
A) apresenta ações a serem realizadas. . . . . 54%
B) apresenta ações e resultados esperados. . . . . 21%
C) apresenta ações, resultados esperados e formas de medição de resultados. . . . . 13%
D) nenhuma das anteriores. . . . . 12%

Na sua empresa, o resultado das ações de comunicação interna:
A) são apresentados ao board que os comenta. . . . . 45%
B) são apresentados ao board que os comenta e
aos colaboradores. . . . . 15%
C) são apresentados ao board que os comenta, aos colaboradores e têm impacto na remuneração da equipe. . . . . 00%
D) nenhuma das anteriores. . . . . 40%

Dentre os aspectos que vou citar, qual é aquele cuja medida você considera mais importante para a comunicação interna:
A) satisfação dos colaboradores com as publicações e meios de comunicação. . . . . 15%
B) engajamento dos colaboradores. . . . . 65%
C) motivação dos colaboradores. . . . . 20%
D) nenhuma das anteriores. . . . . 0%

Na sua empresa as estratégias para comunicação com colaboradores sem acesso ao computador:
A) não existem. Todos têm acesso. . . . . 18%
B) apesar de termos colaboradores desconectados, não temos
ações específicas para eles. . . . . 12%
C) são adaptadas das ações digitais, pois são poucos
sem acesso. . . . . 21%
D) são específicas, pois temos um bom volume de colaboradores desconectados. . . . . 49%

Como podemos observar, a área de comunicação interna está normalmente ligada ao RH ou sob o guarda-chuva da Comunicação Corporativa. Consequência deste alinhamento com o RH pode ser verificado pela importância do engajamento, considerado o indicador mais importante em 65% das respostas.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A Comunicação feita para e/ou pelos gestores

Outro ponto que obteve unanimidade no Congresso de Comunicação Interna foi o engajamento e a participação dos gestores na multiplicação das mensagens enviadas pela área de CI. Obter o envolvimento dos gestores, a dificuldade de conseguir que eles façam o que lhes é solicitado, e até o despreparo de gestores para realizar a gestão de pessoas foram alguns dos obstáculos relatados no evento.



Como consequência, em quase todas as grandes organizações a preparação do gestor para que ele participe do processo de cascateamento da comunicação é item obrigatório no planejamento de CI. Na Oi, por exemplo, o desafio é lidar com gestores muito jovens. Para contornar a situação, para cada campanha é elaborado um kit específico para o gestor, que mostrará a ele como comunicar e como obter o envolvimento de seus liderados naquele processo.

O caminho para superar este obstáculo passa pelo treinamento e qualificação do gestor para atuar como um multiplicador das informações elaboradas e divulgadas pela área de Comunicação Interna. Basta relembrar os dados apresentados por Suzel Figueiredo para entender a importância deste agente no processo de comunicação:

“Para 96,3% dos entrevistados, o chefe direto tem muita ou alguma importância na comunicação. 2% responderam que ele tem pouca importância e para apenas 1,8% o chefe direto não tem nenhuma importância na comunicação interna.”

Acesso à presidência

Posicionamento fundamental para o sucesso de todas as ações de comunicação interna é a proximidade com a liderança da organização. Sem o patrocínio da alta direção da empresa é praticamente impossível obter bons resultados. A opinião foi unanimidade entre os participantes do 17. Congresso Anual de Comunicação Interna, bem representada pela palestra de Vivian Bialski, da Dupont.



Na Dupont, a área de CI tem acesso direto ao presidente, pois conquistou o “buy-in” da liderança. Além disso, as ações de CI são um item obrigatório na rotina da alta liderança. É preciso mostrar que o trabalho é estratégico, apresentando um plano detalhado para o Conselho Diretor, em que objetivos, metas e custos estão especificados.

Como exemplo dos resultados alcançados, Vivian citou o ranking das melhores empresas para se trabalhar, editado pela Revista Você S/A. Durante a entrevista com os colaboradores, as estratégias e canais de comunicação interna foram aspectos citados e considerados positivos, e que tornam a Dupont uma das melhores empresas para se trabalhar.

Perfil do público interno

Um dos aspectos que foi bastante debatido durante o 17. Congresso Anual de Comunicação Interna foi a mudança no perfil do público interno, em virtude de uma série de fatores. Os principais são:

>> O público interno não é apenas interno em muitas empresas, principalmente naquelas de grande visibilidade, como a Petrobras. Ele é atingido por inúmeras informações a respeito da empresa em que trabalha, oriundas não apenas da organização, mas também da mídia, de colegas, amigos, familiares, etc.

















>> Novas tecnologias transformaram a comunicação, que passa a ser colaborativa. Participar é um anseio do público interno, e até mesmo entre colaboradores que poderíamos chamar de “desconectados”, observa-se uma forte interação no ambiente virtual. Exemplo típico acontece no chão de fábrica, onde é comum encontrar operários com seus celulares e smartphones participando, compartilhando e marcando presença no mundo virtual durante os intervalos.























>> A questão da geração também é aspecto que merece atenção por parte dos gestores de comunicação interna, já que o melhor caminho para atingir com sucesso o público interno é adaptar a mensagem e o canal segundo as características de cada tipo de colaborador.



segunda-feira, 17 de junho de 2013

5% do tempo dos gestores para gestão de pessoas

Com bom humor, frases de efeito e dados muito relevantes sobre mensuração de resultados em comunicação interna, Daniel Costa mostrou que a empresa de endomarketing gaúcha Santo de Casa conhece muito bem o ambiente corporativo brasileiro.

Com 11 anos de mercado e 37 empresas atendidas, informações gerais sobre o mercado serão consolidadas no Relatório Brasil de Comunicação Interna, que pode ser solicitado por email para o Daniel.


Algumas frases da apresentação:

“Especialista é o cara que já errou tudo o que era possível errar”
“A motivação te faz começar algo. O engajamento te faz terminar bem feito aquilo que começou”
“O endomarketing efetivo precisa, antes, ser afetivo”
“Tão importante quanto falar às pessoas é ouvi-las”

A metodologia do índice de Efetividade da Comunicação Interna foi desenvolvida pela empresa e atende aos seus clientes. Fazendo uma análise do contexto atual, Daniel nos mostra um dado preocupante:


Isso mesmo! Gestores dedicam de 5% a 10% de seu tempo para a gestão de pessoas! E vamos além:

No contexto atual das empresas, há uma falta generalizada de visão sistêmica. As pessoas restringem sua atenção ao seu setor, e conhecem o seu trabalho, mas não o seu papel e contribuição para o todo. A principal consequência disso é o retrabalho, e a principal vítima o cliente.

Outro ponto importante é o excesso de ansiedade e a incongruência tática. São comuns as empresas que determinam metas em prazos inviáveis, e, não proporcionam estrutura e recursos necessários para atingi-los. Propõem desafios estratégicos às pessoas ao mesmo tempo que ampliam a cobrança das atividades operacionais. Lucrar imediatamente é mais importante que investir em inovação para lucrar no futuro.

O excesso de informação é outro ponto crítico. Hoje tudo vira campanha, mail-marketing, confete e serpentina. As empresas têm soterrado seus colaboradores com informação. Na maioria das vezes pouco pertinente ou de conotação “política”. Aliado ao excesso está o foco dedicado apenas àquilo que a empresa quer dizer, e não naquilo que o colaborador precisa ouvir.

De tudo o que eu havia ouvido até aquele momento do Congresso de Comunicação Interna, foi possível observar que alguns palestrantes insistiram em alguns pontos: Cristina Panella na consistência e coerência, Suzel Figueiredo nas 5 premissas, Marcus Dias no alinhamento estratégico e, finalmente, Daniel Costa na pertinência.

Reputation Institute: RepTrak Alignment Monitor

A apresentação de Marcus Vinicius Dias, do Reputation Institute, ganhou um brilho especial na parte da tarde do dia 10, quando a Petrobras mostrou como faz uso da metodologia desenvolvida por eles e conhecida como RepTrak Alignment Monitor.

A base da metodologia é o alinhamento estratégico, que pode ser definido como “o grau de apoio e suporte que grupos de relacionamento organizacional dão às iniciativas organizacionais”.

Organizações alinhadas são mais adaptáveis a mudanças, mais resilientes durante períodos de recessão e mais capazes de reter talento e estabelecer liderança em seu setor. Por essas razões, construir Alinhamento Estratégico é vital para que as organizações tenham maior produtividade e melhores resultados, explicou Marcus Vinicius Dias.

Um slide interessante da apresentação mostra o caminho do conhecimento ao comportamento, que em suma é a meta de toda a comunicação (influir para que todos tenham um determinado comportamento).



Como eu disse, abaixo seguem os dois slides que me chamaram a atenção. O primeiro mostra os drivers do alinhamento, seus indicadores e, como resultante, o alinhamento estratégico. Isso apresentado pelo Reputation Institute. Depois, vemos o slide da Petrobras, que adota a metodologia, com algumas adaptações para sua realidade.


São situações como esta que enriquecem um evento e nos permitem sair do plano das ideias para ver como, na prática, as propostas se concretizam.

Aliás, foi esta a intenção da IBC ao colocar as demais apresentações do Seminário de Mensuração em Comunicação Interna. Reunindo Petrobras e Volkswagen, pudemos observar como as coisas acontecem na vida real. Mas isto você vai ler nos próximos posts.

O que medir em comunicação interna? 5 premissas

Com uma apresentação leve e muito dinâmica, a diretora da Ideafix, Suzel Figueiredo, mostrou as 5 premissas que devem nortear o trabalho de mensuração em comunicação interna:


1) Planeje.
2) Trace objetivos específicos.
3) Estabeleça metas.
4) Use indicadores de desempenho.
5) Defina as mensagens que deseja medir.

Com você pode ver, novamente a questão do planejamento volta à cena. E neste ponto Suzel, assim como Cristina, faz questão de ressaltar a diferença entre avaliação e mensuração. A avaliação serve para canais, produtos e processo. A mensuração serve para resultados, pois estabelece um comparativo entre um determinado “ponto de partida” e aquele ponto que conseguimos alcançar ao final do trabalho.

Isso vale também para os objetivos. Traçar como objetivo “melhorar a comunicação” implica em determinar antes do início do trabalho o “onde estamos”, para depois verificar o “onde chegamos”.

Outro ponto importante comentado no evento é que toda pesquisa em si é um ato de Comunicação. Portanto, deve ser antecedida por uma campanha de preparação e motivação do público interno para obter bons índices de participação. Mesmo quando há baixa adesão, isso deve ser levado em conta, afinal “a não resposta também é uma resposta”.

Seminário pré-congresso sobre Mensuração de Resultados

A partir de hoje vou postar algumas informações que colhi no 17º. Congresso de Comunicação Interna, realizado pela IBC em São Paulo, de 10 a 12 de junho. Seguirei a ordem cronológica das apresentações, apenas para facilitar. Espero que ao final da leitura, vocês tenham uma ideia de como foram ricas e produtivas as discussões no evento.

No dia 10 houve o seminário sobre mensuração de resultados em Comunicação Interna. Bem apropriado o subtítulo escolhido pelos organizadores para dar o tom do debate: “abrindo a caixa-preta da comunicação interna”.

Cristina Panella, que dirige a empresa de planejamento e pesquisa que leva seu nome, abriu o Seminário afirmando que “não há nada que não se possa medir”. Dito isto, passamos a analisar os três pilares da mensuração em reputação, segundo a sua visão: a) a proposta de valor de uma organização claramente definida; b) seus stakeholders objetivamente identificados; c) consistência e continuidade.

Em resumo, analisar e medir a combinação da proposta de valor de uma organização com a de seus stakeholders com consistência e continuidade ao longo do tempo. Esta deve ser a diretriz para as ações de mensuração de reputação da empresa, acredita Cristina.

No que se refere às metodologias, vale ressaltar que em cada uma devem ser avaliados o alcance e o limite. Só assim será possível identificar a metodologia que mais se aplica a cada avaliação de resultado.

Foram quatro temas de CI destacados por Cristina em sua apresentação, que você pode conferir na imagem abaixo:



Cristina mostrou alguns exemplos de pesquisas nacionais e internacionais, analisou-os pela ótica do Alcance e Limite. A partir desta percepção, destacou que “é preciso tomar cuidado com os rankings, pois o seu limite é a ilusão da classificação, do absoluto”.

Quando o assunto é comunicação interna, ficou evidente ao longo de todo o evento que o ponto basilar é o planejamento. Muitos não gostam, outros o fazem de modo superficial, mas o planejamento das ações em Comunicação é condição sine qua non para o seu sucesso.

Da mesma forma que muitos profissionais de Com. Interna não gostam de trabalhar com números e planilhas, e com isso acabem deixando de lado a questão da mensuração dos resultados, vale encerrar este post com a frase utilizada por Cristina Panella para concluir sua palestra: Trabalhamos com o intangível. Por isso, temos que encarar a medição. É a única forma de provar a eficácia das nossas ações.

“Ou nós aprendemos a formular e controlar a métrica das avaliações de resultado em comunicação e o seu impacto sobre as marcas, ou os financeiros farão isso por nós, em breve.”
                         (Don Schultz, American Marketing Association)


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Seepix faz animação da Revista da Aberje

Já comentamos aqui que a Edição 86 da revista Comunicação Empresarial, publicação trimestral para associados da Aberje, centrou foco na comunicação interna. Esta animação, feita pela equipe da Seepix, mostra alguns tópicos importantes.



A Seepix é uma das patrocinadoras do 17o. Congresso Anual de Comunicação Interna, que acontece na próxima semana em São Paulo.

Fonte: Quem apontou esta animação da Seepix foi o colega Rodrigo Cogo em seu Facebook.

Dados sobre as redes sociais

Porque hoje é sexta-feira, vamos descontrair e mostrar um video sobre as redes sociais. Está em inglês, mas é fácil entender que este universo já revolucionou e ainda vai causar muitas mudanças em nossa forma de interação e comunicação.



E na sua empresa, como você está incorporando esta nova linguagem em suas ações de Comunicação Interna? Comente, envie o link de materiais interessantes e compartilhe o seu conhecimento com outros profissionais da área.

E não se esqueça: a partir de segunda-feira, dia 10 de junho, estaremos no 17o. Congresso Anual de Comunicação Interna. O resumo dos principais debates, a interação com os participantes e a cobertura do maior encontro de comunicação interna do país você poderá acompanhar aqui.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Falta pouco para o Congresso Anual de Comunicação Interna!

Faltam poucos dias para a 17a. edição do Congresso Anual de Comunicação Interna. Vejam o press release que foi divulgado sobre o encontro:



Mix inédito de cases marca o Congresso Anual de Comunicação Interna de 2013
Comunicação estratégica, planejada e dinâmica para agregar resultados efetivos, disseminar a cultura corporativa e engajar colaboradores serão temas do tradicional encontro

Com uma seleção inédita de apresentações de casos práticos, a 17ª. edição do Congresso Anual de Comunicação Interna reunirá as experiências de alguns dos maiores especialistas da área para discutir os maiores desafios da Comunicação Interna, além do planejamento e da execução de ações de CI que efetivamente atendam às exigências das empresas. O evento é promovido pela IBC e acontece em São Paulo de 10 a 12 de junho.

A estrutura do programa deste ano colocará sempre mais de um especialista para discutir cada tema, em paineis que devem lançar luzes sobre desafios da área de Comunicação Interna como planejamento de CI e alinhamento com o plano estratégico da empresa, patrocínio da área pela alta gestão, sinergia com o RH, interação com os colaboradores desconectados e engajamento do público interno, atuação com orçamento restrito, comunicação com colaboradores de diferentes gerações, entre outros.

O seminário do primeiro dia do evento abrirá a caixa preta da comunicação interna: mensuração de resultados. Para discutir o que realmente é possível mensurar, quais as melhores ferramentas e metodologias, possibilidades de mensuração para cada canal, apoio da tecnologia e interpretação das informações coletadas, a IBC convidou renomados profissionais: Cristina Panella, Suzel Figueiredo (Ideafix), Marcus Dias (Reputation Institute) e Daniel Costa (Santo de Casa), além dos gestores de CI e Comunicação Institucional da Volkswagen e Petrobras, com a abordagem prática das questões levantadas ao longo do seminário.

A plateia do Congresso poderá acompanhar, durante dois dias, como é feita a Comunicação Interna em empresas como Vale, Dupont, Oi, Serasa Experian, Rhodia, Bristol-Myers Squibb, Walmart, Pfizer, Odebrecht, Duratex, Usiminas, D.E. Master Blenders, CPFL, Ericsson, SAP e BRF (união da Sadia e Perdigão). Agências destacadas de endomarketing e provedores de soluções também mostrarão suas experiências: By You, P3K Comunicação, Seepix, Supera Comunicação e Y Mídia.

Um debate sobre a nova face da Comunicação Interna no Setor Público encerra o Congresso, com a participação da chefe da secretaria de comunicação da Embrapa, Gilceana Galerani, da diretora geral do Senado Federal, Doris Marize Romariz Peixoto e da coordenadora de CI e conteúdo web do Ministério da Saúde, Jacy Diello.

O 17º. Congresso Anual de Comunicação Interna é uma iniciativa da IBC, empresa do Informa Group, com o patrocínio da By You, Elemidia Empresas, P3K Comunicação, Seepix, Supera Comunicação e Y Mídia. A programação completa do evento pode ser obtida no site www.informagroup.com.br/ci e na central de atendimento, pelo telefone 11-3017-6808.

As novidades do evento, artigos dos palestrantes e materiais de interesse dos profissionais de Comunicação Interna estão disponíveis no blog www.comunicacaointerna-informa.blogspot.com, no Twitter (@ProfissionaisCI), na FanPage do Informa Group e no grupo de Profissionais de Comunicação Interna do Linkedin.

AGENDA:
17º. Congresso Anual de Comunicação Interna

Data: 10 a 12 de junho de 2013
Organização: IBC, empresa do Informa Group
Informações: 11-3017-6808 ou imprensa@ibcbrasil.com.br

Se você ainda não garantiu sua inscrição, não perca tempo! Veja a agenda aqui e inscreva-se agora mesmo!

Quer cortar, corta. Mas mantém o meu twitter!

Saiu hoje no Valor Econômico que a holding EBX, do mega-empresário Eike Batista, realizou uma série de cortes de funcionários que atingiram inclusive a área de comunicação. Mas o Twitter será mantido! Apesar de lamentarmos a demissão de mais de 20 profissionais, é por meio de notícias assim que podemos identificar como era a estrutura de Comunicação mantida por Eike. Veja um trecho da matéria:

Outro setor muito sacrificado pelos cortes foi o de Comunicação, que incluía as áreas de comunicação interna, mídias digitais e recursos audiovisuais. Dos cerca de 25 empregados que atuavam na área, ficaram apenas três, além de um jovem aprendiz.

A Comunicação era conhecidamente uma área estratégica para Eike Batista, que tem como forte característica buscar apresentar os seus projetos sempre de forma muito atrativa. A área era responsável por desenvolver diversos tipos de materiais, como livros, vídeos e documentários sobre a história das companhias.

Alguns projetos como um "espaço memorial", uma espécie de museu que iria contar as história e realizações das subsidiárias da EBX em um espaço dentro do prédio do grupo, foi descartado.

Entretanto, foi mantido um funcionário exclusivamente para cuidar do Twitter pessoal de Eike Batista. O segmento de assessoria de imprensa, apesar de também ter sofrido cortes e contar com assessoria externa terceirizada, foi mais preservado.

As demissões não são surpresa para o mercado, que já vem sinalizando há meses insegurança em relação aos projetos do Grupo EBX. A OSX, que está construindo um estaleiro no Porto do Açu, em São João da Barra, região Norte do Estado do Rio de Janeiro, comunicou, no mês passado, a demissão de 150 funcionários, seguida de uma reformulação do plano de negócios da empresa.

Esperamos que os profissionais dispensados logo encontrem novas colocações, e que as empresas do grupo EBX futuramente reestruturem a sua área de comunicação, reabsorvendo profissionais na mesma quantidade.

Se você também se interessa por Comunicação Interna, não deixe de participar do 17o. Congresso Anual de Comunicação Interna. Veja aqui os detalhes do evento.